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segunda-feira, 7 de setembro de 2015

POR QUE O PSOL DE MACAÚBAS É UM PARTIDO NECESSÁRIO?

 

''O que me preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons.''
(Martin Luther King)
Para responder à pergunta acima, é necessário fazer um breve esboço histórico para contextualizar o ambiente político macaubense das últimas décadas. Em poucas linhas, mostraremos que em Macaúbas, talvez mais do que no restante do Brasil, perpetua-se no poder as mesmas pessoas, as mesmas famílias, o mesmo grupo político, o mesmo modo, enfim, de se fazer política.
            Desde o fim da hegemonia da oligarquia Borges, no fim da década de 50, o mesmo grupo político governa Macaúbas. E, como agravante, observa-se que, desde então, o poder girou em torno de apenas duas famílias, somente excepcionalmente sendo exercido por pessoas de fora desses grupos familiares. E quando isso ocorreu o eleito contou com o apoio de um dos lados, ou de ambos, para chegar ao poder. Excetua-se, nesse caso, somente o segundo mandato exercido por João Sales (um dissidente do grupo), na década de 90. 
Em linhas gerais, a política praticada em Macaúbas, nos últimos 50 anos, foi praticamente a mesma, resultante do arranjo e rearranjo de pequenos grupos. Para manterem-se no poder, cargos públicos são utilizados como moeda de troca, lideranças comunitárias são cooptadas mediante a oferta de benefícios diversos, adversários políticos são perseguidos etc.  Nessas circunstâncias, sempre houve pouco espaço para contestação desse ambiente político, resultando disso a ausência de qualquer movimentação política expressiva fora das facções desse campo hegemônico.
A divisão do grupo em duas facções dificultou ainda mais o surgimento de lideranças independentes, pois, dada a polarização política que sempre ocorreu, os aspirantes a ingressar na política e os eleitores em geral sempre foram tentados a se juntarem a um dos lados. Assim, geralmente enfrentam-se nas eleições as duas faces da mesma moeda.
Nesse contexto, os eleitores brigam por nomes, e não por projetos políticos; buscam, em consequência, não eleger o melhor (porque são iguais), mas o que mais provavelmente lhe será sensível à própria conveniência. Desse modo, os interesses da coletividade (saúde, educação, infraestrutura rural e urbana etc.) sempre ficam num segundo plano, quando não esquecidos.

Fechando esse cenário, pode-se destacar que o atual prefeito, apesar de ter tido o apoio de apenas uma das facções políticas, já foi vice dos representantes das duas famílias. E, como circunstância nova, tem como vice um integrante de uma legenda que, apesar de ter tido um papel secundário nos embates políticos locais, até então tinha se comportado como uma força política independente.
Dada a importância para o debate, cabe lembrar ainda que o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) formaram, há algum tempo, uma aliança política que fez o enfrentamento do grupo político hegemônico em algumas eleições. Entretanto, esse pacto se desfez. Assim, pode-se dizer, para usar uma expressão antiga (mas atual em Macaúbas!), que esses partidos se aliaram atualmente cada um com uma das ARENAS[1].
Outro fato agrava a situação política local: o PT, apesar de ter apoiado o atual Prefeito e ter indicado o vice da chapa vitoriosa, logo após as eleições, passou à oposição. Essa situação é similar à do PMDB no âmbito nacional que, apesar de ter o Vice-Presidente da República, vem (a maioria dos integrantes) fazendo oposição sistemática à Presidenta da República.
Merece menção, também, o fato de o PT ter-se jogado no colo das oligarquias no momento mais oportuno para colocar-se como protagonista da política local. Nesse sentido, podemos lembrar que, na penúltima eleição municipal (2008), esse partido apresentou-se às eleições com um candidato desconhecido, sem um programa político definido (o principal argumento era dizer-se o candidato de Lula) e, mesmo assim, obteve mais de 7% (sete por cento) dos votos[2].
Por outro lado, além de ajudar a eleger o atual Prefeito para logo após fazer-lhe oposição, o PT ainda cometeu o equívoco de abrir as portas da legenda para um ex-prefeito que, por dois mandatos, contou com a oposição do próprio PT. Além disso, esse mesmo ex-prefeito, apesar de publicamente estar vinculado ao Partido dos Trabalhadores, apoiou candidatos a deputado de outras legendas nas últimas eleições[3].
Esses são apenas alguns exemplos que evidenciam os descaminhos da política local. Jogamos alguma luz sobre os enfrentamentos outrora realizados pelo PT e PMDB com o fim de escancararmos a fragilidade do projeto político desses partidos (ou a falta de projeto!), uma vez que os mesmos acabaram sucumbindo à lógica perversa de que é impossível fazer política em Macaúbas sem a bênção de uma das duas famílias (ou de ambas!) que mandam em nosso Município há décadas. Não custa lembrar, nesse sentido, que as principais personalidades dos aludidos partidos tornaram-se meros coadjuvantes dos representantes dessas duas famílias no último pleito.
É diante desse cenário conturbado, de crise política e de valores, que surge o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em Macaúbas. Iniciativa de jovens estudantes, de profissionais liberais e de servidores públicos, esse partido tem o intuito de ser uma alternativa à velha e atrasada política macaubense.
O desejo de seus idealizadores e militantes é unir aqueles que queiram, de forma coletiva, pensar novas formas de encarar os problemas locais, elaborando propostas, fazendo sugestões, fiscalizando as ações do poder público, lutando pelos direitos coletivos, incentivando políticas públicas, construindo formas mais eficientes de gerir os recursos públicos etc.
Entretanto, para que se obtenha sucesso nessa empreitada, é imprescindível o apoio de todos aqueles que se preocupam com os rumos de nosso Município e que estejam dispostos a lutar por um futuro melhor.


Assim, conclamamos aos homens e mulheres de nosso Município, jovens e adultos, da cidade e do campo, que acreditem que uma forma diferente de fazer política possa fazer a diferença, a virem integrar as fileiras do Partido Socialismo e Liberdade.
Como dito em epígrafe nesse texto: o que nos preocupa é o silêncio, a falta de iniciativa, o gesto de tomar a atitude, de participar... daqueles que querem e acreditam que é possível fazer melhor do que fazem aqueles que hoje estão no poder!




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